segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Só é possível ensinar uma criança a amar, 

                          amando-a.
                                         Johann Goethe

domingo, 15 de dezembro de 2013

EDUCAÇÃO INFANTIL

CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA 

            O caráter histórico do fenômeno  da infância inclui a superação de uma concepção de mundo fundamentada no pressuposto estático, linear e harmônico de que a criança é sempre a mesma em qualquer tempo e espaço. 
            Trabalhar a concepção de infância em uma perspectiva histórica demanda compreendê-la como fruto das relações sociais de produção que engendram as  diversas formas de ver a criança e produzem a consciência da particularidade infantil. Neste sentido, a concepção de infância varia de acordo com a cultura onde ela é concebida. 
            A partir do século XVI, ao contrário do que valia para a civilização medieval, começa a se  estabelecer a diferença entre o mundo das crianças  e o mundo dos adultos. No século XVII, mudanças consideráveis vêm contribuir de forma definitiva e imperativa para a concepção de infância atual. Definiu-se  um novo lugar para a criança e para a família, fruto das novas relações sociais que se estabeleciam pela então sociedade capitalista.  
            É no contexto da sociedade burguesa que o homem é destituído de seus instrumentos de produção, passando a ter como forma de sobrevivência apenas a sua força de trabalho. A organização desse processo  exigiu aumento de produção, incluindo a atuação da mulher e da criança no mercado de trabalho, essencialmente na fábrica. 
            Novas necessidades são estabelecidas para a família da classe trabalhadora, quanto à tutela das  crianças ainda não envolvidas com o trabalho. Dificuldade que será resolvida por instituições já existentes desde a Idade Média, conhecidas por asilos, caracterizadas por esta função de guarda e voltadas para suprir as necessidades básicas das crianças órfãs, abandonadas, pobres, das quais passam a fazer parte, também, os filhos das famílias trabalhadoras. 
            Ao mesmo tempo em que a criança da família  trabalhadora é envolvida na produção econômica, filósofos e educadores do final da Idade Média e início da Idade Moderna trazem novas contribuições ao que naquele momento se compreendia por infância. Estes  estudiosos fundamentaram-se nas características da  “natureza infantil”, que atribuía à criança aspectos de dualidade, ou seja, se por um lado a criança era dotada de capacidades  inatas, de potencialidades naturais, de outro era ser  incompleto e  imaturo: precisaria ser modelado, ensinado e educado. 
            Em função disto, a criança deixa de conviver com os adultos e passa a ser mantida à distância, separada deles, num processo de enclausuramento denominado escola. Tal fato vai caracterizar fortemente o século XVIII, evidenciando, desta forma, a existência de um mundo próprio e autônomo da infância.
            Desta maneira, as instituições que faziam a guarda das crianças em asilos passam a receber a  influência desse pensamento educacional. A educação das crianças pobres, órfãs e filhos de trabalhadores  começa a adotar os princípios de corrigir, compensar e recuperar sua condição de marginalidade social. 
            Em meados do século XIX a educação compensatória é considerada como solução para a privação cultural. Kramer (1992) assinala que este pensamento tem origem nas contribuições de Pestalozzi e Froebel, e num momento posterior é complementado por Montessori e McMillan, entre outros. A educação era vista como modo de superação da condição social de  carência e  deficiência, o que posteriormente veio caracterizar as propostas pedagógicas para a pré-escola. 
            Segundo Kramer ( 1992, p. 19) “ A ideia de infância, como se pode concluir, não  existiu sempre, e nem da mesma maneira.”
            O conceito de infância foi construído a partir das relações sociais estabelecidas e não em função de uma essência ou natureza da criança. Porém, tanto o pensamento pedagógico de caráter tradicional quanto o da Pedagogia Nova desvinculam a ideia de infância dos fatores econômicos  e sociais, concebendo a educação como um fenômeno metafísico, respaldada pela teoria evolucionista.  No Brasil, o processo de desenvolvimento e urbanização vivido desde o final do século XIX caracterizou-se pela crescente industrialização, favorecendo a reprodução das condições sociais de miséria e pobreza. As propostas que vão ter importância  nas políticas educacionais adotadas fundamentaram-se em programas de educação compensatória, baseados na teoria da privação cultural. As  dificuldades de aprendizagem são localizadas na criança ou em sua família encobrindo, mascarando e desconsiderando as diferenças sociais.
            Segundo Kuhlmann Junior (1991), a história das instituições pré-escolares, creches, asilos e jardins de infância no Brasil não ocorreram apenas como uma sucessão de fatos em diferentes tempos: constituíram-se  tendo como influência os diferentes  momentos históricos vividos no país e a concepção assistencialista da infância, traduzida em propostas de educação.
            As creches e os asilos eram mantidos através  do serviço de filantropia: senhoras da sociedade acolhiam as crianças para as mães poderem trabalhar. Também a igreja dá a sua contribuição neste período. Recebia as crianças e realizava uma ação de doutrina de acordo com seus interesses evangélicos, para que não ficassem abandonadas pelas ruas. A criança pobre era considerada um problema que deveria ser resolvido; em função disso, foram definidos parâmetros na legislação trabalhista, visando a um atendimento institucional. 
            As instituições pré-escolares assistencialistas seguiam a proposta educacional que vinha ao encontro das diretrizes da assistência científica (praticada nas creches e asilos) e na qual o Estado não tinha nenhuma obrigação, mas assumia a função de supervisionar e subsidiar as  entidades tendo também como finalidade a submissão das famílias e das crianças das classes populares. A educação, nesta perspectiva, tinha uma prática intencional que visava ao atendimento da criança para sua adaptação na sociedade: era-lhe permitido desenvolver suas aptidões e ela era conduzida à entrada no ensino formal e à escolha de um ofício. 
            Nesta mesma época, voltada para o atendimento das elites, no setor privado, desenvolveu-se a educação pré-escolar no Rio de Janeiro. E jardim de  infância em São Paulo, em escola pública para atender esta clientela.
            Com a Constituição Federal de l 988 e  que se estabeleceu um caráter diferenciado para a compreensão da infância, impondo-lhe uma dimensão de cidadania. A educação da criança  de 0 a 6 anos, seja  em creches ou pré- escolas, está vinculada necessariamente ao atendimento  do cidadão-criança; a criança passa ser entendida como sujeito de direitos e em pleno desenvolvimento desde seu nascimento. 
            Neste sentido, o trabalho a ser realizado nas instituições de educação infantil vincula-se às  peculiaridades do desenvolvimento humano específico desta faixa etária, na perspectiva de garantir os direitos fundamentais da criança, ou seja, direito à  educação, saúde e assistência, para uma parcela da população que historicamente foi negligenciada.

  
        PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA CATARINA- EDUCAÇÃO INFANTIL

sábado, 14 de dezembro de 2013

O QUE É SER CRIANÇA?



As atitudes, as virtudes, as esperanças, os sonhos, os abraços, o amor, o respeito e a  entrega  mutua sem interesses, são coisas importantes à vida, que beneficiam a convivência entre os seres humanos, para a construção de um mundo melhor. São coisas também que caracterizam muito a infância, o "ser criança" e depois de um tempo muitas pessoas esquecem disso, dessa essência  e características fundamentais.

VOCÊ JÁ FOI "CRIANÇA" HOJE?
Deu um abraço? Um beijo?
Disse eu te amo, te adoro do fundo do coração?
Ofereceu ajuda ?
Se divertiu e brincou?
Caiu, chorou e seguiu em frente?
...

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

1. Todas as crianças são iguais e têm os mesmo direitos, não importa sua cor, raça, sexo, religião, origem social ou nacionalidade.

2. Todas as crianças deve ser protegida pela família, pela sociedade e pelo Estado, para que possa se desenvolver física e intelectualmente.

3. Todas as crianças têm direito a um nome e a uma nacionalidade.

4. Todas as crianças têm direito a alimentação e ao atendimento médico, antes e depois do seu nascimento. Esse direito também se aplica à sua mãe.

5. As crianças portadoras de dificuldades especiais, físicas ou mentais, têm o direito a educação e cuidados especiais.

6. Todas as crianças têm direito ao amor e à compreensão dos pais e da sociedade.

7. Todas as crianças têm direito à educação gratuita e ao lazer.

8. Todas as crianças têm direito de ser socorrida em primeiro lugar em caso de acidentes ou catástrofes.

9. Todas as crianças devem ser protegidas contra o abandono e a exploração no trabalho.

10. Todas as crianças têm o direito de crescer em ambiente de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.
                                                                                                                  UNICEF

HISTÓRIA: A LÓGICA DE!

Conta certa lenda, que estavam duas crianças patinando num lago congelado.
Era uma tarde nublada e fria, e as crianças brincavam despreocupadas.
De repente, o gelo quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou.
A outra, vendo seu amiguinho preso, e se congelando, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim, quebrá-lo e libertar o amigo.
Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino:
- Como você conseguiu fazer isso? É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!
Nesse instante, um ancião que passava pelo local, comentou:
- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
- Pode nos dizer como?
- É simples: - respondeu o velho.
- Não havia ninguém ao seu redor para lhe dizer que não seria capaz. 

                                                                                                        Albert Einstein

Nunca deve-se duvidar da capacidade das pessoas, principalmente das crianças, que em situações adversas e inusitadas, surpreendem e demonstram o mais puro amor e afeto pelos companheiros! 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

MANIFESTO DOS EDUCADORES SEM FRONTEIRAS


O amor e o gosto pela profissão fazem diversos educadores buscarem outros caminhos para ensinar, ampliando os  horizontes educacionais.

domingo, 8 de dezembro de 2013

PARA REFLETIR

                                   "Muitas das coisas que precisamos podem esperar.
                                                           A criança não pode.
                                      É exatamente agora que seus ossos estão se formando,
                                                             seu sangue é produzido 
                                                  e seus sentidos estão se desenvolvendo.
                                               Para ela, não podemos responder AMANHÃ.
                                                               Seu nome é HOJE."

                                                                                                  Gabriela Mistral



          A sociedade como um todo, não só os pais ou professores,  precisa se preocupar com as crianças,de todas as classes, cores, credos e condições físicas, econômicas ou sociais. Deve tentar proporcionar, através da educação, um aparato de instrumentos, mecanismos  e possibilidades que garantam seu desenvolvimento integral, sua participação efetiva, ativa e crítica  nas transformações que ocorrem no mundo.


                   "Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos."
                                                                                                      Pitágoras 


                                          

sábado, 7 de dezembro de 2013

EDUCAR NA INFÂNCIA ( 0 A 5 ANOS)


       Ao nascer a criança traz em si a possibilidade de se tornar alguém capaz de amar e ser amada, de se expressar e se comunicar, de refletir de forma cada vez mais lógica e significativa.
Esse potencial só se efetivara através de sua própria ação, da educação que receberá e com influência dos seguintes fatores:

  • Meio familiar;
  • Sua estrutura;
  • Meio sócio-econômico;
  • Valores da família
  • Situação emocional;
  • Definição de limites.
      A inteligência, a linguagem e a sensibilidade podem  e devem ser incentivadas pelos pais e pela escola, pois a criança aprende com os estímulos e influências que recebe do meio em que está inserida.
      A criança é um sujeito em desenvolvimento, que aprende captando habilidade para dento de si. Absorve hábitos e atitudes dos que a rodeiam, aprende mais por experiência do que por erro, mais por prazer do que pelo sofrimento, pela afeição, pelo amor, pela paciência, pela compreensão, por pertencer, por fazer e por ser. Dia a dia a criança passa a saber um pouco do que você sabe e um pouco do que você pensa e entende. Aquilo que você (pais, escola) sonha e crê é,na verdade, o que a criança está se tornando. Se você percebe nebulosa ou firmemente, se acredita tola ou sabiamente, se sonha sonhos sem graça ou dourados se você mente ou diz a verdade, é assim que a criança aprende. E hoje com todas essas mudanças a criança também está passando por transformações e às vezes confusa com os sujeitos ao seu redor. Pois sem sujeitos não há criança e sem estruturas não há um bom desenvolvimento.
                     
                                                     Texto de Silvana Beduschi da Silveira - Psicopedagoga Clinica
                                                                    Extraído da revista: Escola de Pais do Brasil,                                                                                                seccionais de Maravilha e Pinhalzinho,2002.

                                                                                                   

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

BRINCAR




 


                Brincar é a linguagem que as crianças usam para se manifestar, descobrir o mundo e interagir com o outro. Quando ela é incentivada, a turma adquire novas habilidades e desenvolve a imaginação e a autonomia. É possível brincar sem ter nada em mãos. Como ocorre durante o pega-pega e a ciranda, por exemplo. Mas os brinquedos têm papel fundamental no desenvolvimento infantil. Para que eles cumpram bem essa função, não basta deixar o acervo da pré-escola ao alcance dos pequenos, imaginando que, por já brincarem sozinhos em casa, eles saberão o que fazer. É essencial oferecer objetos industrializados e artesanais, organizar momentos em que o grupo construa seus próprios brinquedos e ampliar as experiências da meninada. Tudo isso sempre equilibrando quantidade, qualidade e variedade, o que significa exemplares variados, seguros, resistentes e com um bom aspecto estético.


Disponível:http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/oito-questoes-como-trabalhar-brinquedos-602333.shtml